Desde o primeiro coro, o tema da composição é a alegria de crer e cantar essa fé. Clamar aos quatro ventos, espalhar por toda parte, ajudando o engenho e a arte, e produzir, como na ária para tenor e alto, aquela metonímia tão apreciada pelo autor. Se os versos do poema prometem a oferenda dos lábios, a melodia e as vozes cumprem a promessa. Resta mesmo espaço para arriscar uma versão sonora das perseguições que sofre a Igreja.
Tão cheias de vida são essas composições que o autor não vê razão para um coral final. Redobra sua aposta em um coro a quatro vozes, com oboés e cordas, em que ribombam os Céus, alegra-se a Terra e a hoste dos crentes canta louvores ao Altíssimo.
O compositor, como se pode notar, não traz suas melodias para uma alegria mundana. Quer reviver os primeiros dias da Fé, quando Paulo e seus discípulos seguiam pelas estradas romanas falando de Jesus para gregos e judeus, sendo ouvidos ou escarnecidos, mas sempre com o mesmo ânimo.
Tenor
Ein Herz, das seinen Jesum lebend weiß,
Empfindet Jesu neue Güte
Und dichtet nur auf seines Heilands Preis.
Alt
Wie freuet sich ein gläubiges Gemüte.
Tenor
Um coração que seu Jesus sabe vivo,
Sente de Jesus um novo Bem
e faz versos somente para exaltar o Salvador
Alto
Como se alegra um Ânimo crente.