quarta-feira, 10 de março de 2010

22

Quem invoca um número invoca um símbolo e Jesus chamou a si os doze. Não se fala a doze pessoas em voz baixa e o anúncio era ainda incompreensível. Todos iriam a Jerusalém para cumprir o destino do Filho do Homem, que seria escarnecido e injuriado, para ressuscitar no terceiro dia. Diz o Evangelista que os doze nada entendiam porque a palavra lhes era encoberta.

O fiel, contudo, não tem o benefício dos doze. Tal como Jesus, sabe o que vai acontecer e quando ouve o tenor cantar o versículo entende a natureza do chamado. Deve estar pronto, como Jesus, para subir a Jerusalém e enfrentar sua própria paixão. A morte de cada um se revela como trajeto: ao hospital, ao local de um acidente ou a um momento imprevisto. Como diz a canção, é preciso estar preparado.

Como Jesus, pronto de ânimo e coração e chamar os seus doze ou mais ou menos. Livrar-se do inútil, do que é pesado, das ânsias da carne e jogar tudo ao chão. Alcançar, antes de tudo, a Paz.

O coral, então, resume e conclui: mata-nos com tua bondade/ desperta-nos com tua graça. Os doze de nada sabiam quando foram chamados; a música já sabe, antecipa e adverte.



Tenor
Jesus nahm zu sich die Zwölfe und sprach:
Bass
Sehet, wir gehn hinauf gen Jerusalem, und es wird alles vollendet
werden, das geschrieben ist von des Menschen Sohn.
Coro
Sie aber vernahmen der keines und wussten nicht, was das gesaget war.

“E, tomando consigo os doze, disse-lhes:
Eis que subimos a Jerusalém, e se cumprirá no Filho do
homem tudo o que pelos profetas foi escrito.”
“E eles nada disto entendiam, e esta palavra lhes era encoberta, não percebendo o que se lhes dizia”
(Lucas 18, 31, 34)



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