segunda-feira, 12 de abril de 2010

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Se as emoções humanas podem ser expressas em música é razoável supor que a música possa criar, ela mesma, emoções antes desconhecidas. Sendo esta proposição correta, concluímos que as possibilidades da música são bem mais amplas que aquelas induzidas pela biologia ou nossa vida social. Nunca se sabe o que está à espreita em uma partitura.

Na tarde daquele mesmo sábado, a tensão e a tristeza da Paixão começavam a se dissipar. O que era morte e luto perdia seu sentido e Jesus dava provas de sua presença. Ele não era mais um homem como nós, mas estava vivo em nossa companhia. A lembrança da tragédia era fresca, mas havia razão para se alegrar. Essa mistura de sofrimento redimido e expectativa das boas coisas está na delicada sinfonia.

O resto é celebração da presença, quando dois se reúnem em seu nome, quando Jesus se revela como escudo na perseguição.

Os artistas quase sempre se vangloriam de expressar sentimentos que estão dentro de nós. Essa música transita no sentido inverso. Nos convida a sair e ver coisas novas, experimentar sentimentos que não sabíamos existir. Sugere emoções.


Am Abend aber desselbigen Sabbats, Da die Jünger versammlet Und die Türen verschlossen waren Aus Furcht für den Jüden, Kam Jesus und trat mitten ein.


“Ao cair da tarde daquele dia, o primeiro da semana, trancadas as portas da casa onde estavam os discípulos com medo dos judeus, veio Jesus, pôs-se no meio” (João 20,19)



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