quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

56

No fim, quase sempre, o coral. As palavras podem percorrer os mais ínvios caminhos, as formas mais apaixonadas e desconhecidas podem ser experimentadas, mas a referência final é ao poema que todos conhecem e que todos podem ao menos cantarolar. Uma referência venerável aos hinos do passado heróico quando apóstolos falavam novamente aos homens. A memória comum, a familiaridade, a simplicidade: esse é o ponto final da mensagem feita de música.

Também assim é a vida. Pouco importa sua variedade, seus muitos caminhos, as idas e vindas; ela é como uma viagem. Calma ou turbulenta, intensa ou tranquila, segue para o mesmo e inevitável porto. Homens e mulheres tão diferentes, ricos, pobres, brilhantes, ordinários, vidas tão distintas, todas elas gradativamente seguem o mesmo caminho. Devolvendo tudo o que acumularam e o que conheceram, sem chegar a ouvir a música tocada em sua honra - se houver.

Nesse caminho, o cruzeiro é, ao mesmo tempo, orientação e símbolo. Ele ajuda a traçar sua rota em mares tempestuosos, em que os ventos forçam as velas, em que as mesmo algumas estrelas podem enganar. Símbolo de um destino, símbolo de uma submissão ao destino, que precisamos aceitar de bom grado, pois não há outro. Seja lá o que tenha nos feito, preparou esse destino.

Quem sabe manejar um barco, mesmo um pequeno barco, compreende a justiça do coral. Quando cai a tarde, voltamos ao porto, descemos as velas para atracar. No momento decisivo, jogamos o cabo sobre o acoradouro e soltamos o leme. Não estamos mais no comando, mas podemos saltar à terra firme.


Ich will den Kreuzstab gerne tragen,
Er kömmt von Gottes lieber Hand,
Der führet mich nach meinen Plagen
Zu Gott, in das gelobte Land.
Da leg ich den Kummer auf einmal ins Grab,
Da wischt mir die Tränen mein Heiland selbst ab.





Nenhum comentário:

Postar um comentário